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Territórios e Geopoética com Deleuze e Nietzsche, por Paola Zordan

16.9.11

A Professora Doutora Paola Zordan, da UFRGS, realizou no dia 16/09, no auditório do Centro de Ciências Sociais e Humanas (Antiga Reitoria), da UFSM a palestra intitulada Territórios e Geopoética com Deleuze e Nitzsche. O evento, que teve um público aproximado de setenta ouvintes, fez parte das atividades da 8ª Bienal do Mercosul em um compomente, na cidade de Santa Maria.



Paola Zordan trabalha com a linha de pesquisa “Filosofias da Diferença e Educação”. Ela descreve o tema com o qual trabalha, “Paisagens Plásticas”, como o encontro da arte com a educação, seus espaços de contágio, matérias, bandos e campos de delírio. Blocos de sensações e desenho de currículos, devoração cronológica, criação de disciplinas, modos de aprendizagem, produções visuais, imagens de pensamento. Com uma estética pop, do ovo dogon aos panteões eletrônicos, da pintura rupestre às iconografias urbanas. Invenção de uma derme pictórica.

O evento contou, também, com a participação dos artistas paraguaios Laura Mandelik e Wolfang Krauch, do grupo Planta Alta, de Assunção, que participam do projeto Continentes. A atual edição do evento, sob o título Ensaios de Geopoética, tem como tema central o território da arte, e busca discutir as relações entre arte e as questões de país e nação, identidade, território, mapa e fronteira.

Em um mundo que passa por mudanças tecnológicas que alteram o modo como pensamos, agimos e nos entendemos, a arte busca esclarecer e compreender a sua participação nesse processo, englobando aspectos geográficos, políticos, econômicos e culturais.

Fotos de Diogo Figueiredo

Sobre Paola Zordan:
Doutora e Mestre em Educação, Bacharel em Desenho e Licenciada em Educação Artística pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professora da área de Didática das Artes do Departamento de Ensino e Currículo da UFRGS, onde atua como supervisora de Estágio de Docência do curso de Licenciatura em Artes Visuais, do qual é membro da Comissão de Graduação, coordenando o sub-projeto ligado a este curso para o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (CAPES). Na mesma instituição é professora do Programa de Pós-graduação em Educação na linha Filosofia da Diferença junto ao grupo DIF: artistagens, fabulações e variações (CNPq). Coordena a pesquisa Paixões da Diferença, desenvolvida com a ecosofia de Guattari e o perspectivismo de Nietzsche. É artista membro da Galeria de mArte, coletivo de criações independente.

http://www.ufrgs.br/faced/pos/docentes/Paola_Zordan.htm
http://enlivrescer.blogspot.com/

O DESEJO COMO CRIAÇÃO E NÃO COMO CARÊNCIA

17.7.09

Por Leonardo Retamoso Palma, 41, pesquisador independente.
[Revista Global Brasil, Rede Universidade Nômade, Coletivo Attraverso]

Texto distribuído sob forma de múltiplo na mostra "E é bem bom!!"

"Refiro-me à multidão de festa,
à multidão de alegria, à multidão espontaneamente amorosa,
embriagada apenas pelo prazer de se reunir por se reunir."
(Gabriel Tarde)

Começo com o tema da "banalização do corpo". Essa expressão parece tomar como referência os fenômenos contemporâneos de hiper-exposição e da hiper-expressividade. Nos fala porém de duas coisas bem distintas. Por um lado, de algo que usando a expressão mais adequada é a contemporânea banalização da exploração comercial/mercantil não só do corpo, mas de suas potências, do desejo, da libido, do sexo, dos prazeres, etc. Por outro, fala do que torna isso possível, um modelo de negócios e de produção de valor (mercantil, monetário, financeiro, etc.) cujo critério é a raridade, espontânea ou artificialmente produzida.

A aceleração contínua dos ritmos produtivos e a promoção da competitividade subtraem tempo de atenção e cuidado e desviam nossas energias em outras direções. Cada vez mais as crianças também estão sendo expostas e sujeitadas a essa aceleração e essa demanda, como adequação a uma suposta produtividade futura.

Somos demandados ao ponto de perdermos a dimensão erótica do outro, a empatia. Como falou Franco Berardi comentando seu último livro "Generación Pós-Alfa: Patologías en el semiocapitalismo" (Buenos Aires: Tinta Limón, 2007): "... já não somos capazes de prestarmos atenção em nós mesmos. Mas tampouco temos tempo suficiente para prestar atenção naqueles que vivem ao nosso redor", "A deserotização é o pior desastre que a humanidade pode conhecer, porque o fundamento da ética não está nas normas universais da razão prática, mas na percepção do corpo do outro como continuação sensível de meu corpo. (...) a consciência do fato de que teu prazer é o meu prazer e teu sofrimento é o meu sofrimento. A empatia." [no jornal argentino Página 12, em 12 de novembro de 2007].

As práticas de criação artística na contemporaneidade estão atravessadas, em grande medida, por essas inquietações. Muito da atual produção estética e artística contemporânea vem exatamente propondo/experimentando a problematização disso tudo. Em uma sala de exposição ou em qualquer outro lugar de intervenção artística, é comum nos deparamos não com a raridade, mas com o excesso, de experiências com o tempo de fruição, tempo de atenção e afetação, experimentações essas com o corpo em situação. As palavras multiplicidade e proliferação ganham pertinência. A expressão criativa irredutível à representação, assim, propõe a experiência com o corpo, não a substituição simbólica e representativa que faria das potências algo irrealizável e reféns da raridade, mobilizáveis para servirem à banalização da exploração comercial/mercantil do corpo e de suas potências. Vejamos, é pós-salas de exposição e constituição do comum, do compartilhamento que a dimensão mercantil intervém na criação artística, exatamente para retirá-la dos espaços comuns e levá-las para os lugares especiais de apropriação privada e garantir a harmonização do que foi perturbado pela criação estética e sua exposição/apresentação.

A normalização das castrações, interdições e proibições que as morais repressivas nos deixaram de herança, e que muito contribuíram para o esquecimento do corpo e de suas potências, são problematizadas, postas em questão pelas criações e nossos encontros com elas.

Fossem banais corpo, sexo, gozo, libido, desejo, e não haveria o desconforto. Não sabemos ainda o que pode um corpo, já se disse e repetiu tantas vezes. Não há empatia em excesso, prazer em excesso, gozo em excesso, sexo em excesso. Estamos nos começos disso tudo, de muitos modos. E é a riqueza, a exuberância, esse excesso que afronta a raridade. É esse excesso que pode retirar o oxigênio da banalização da exploração comercial/mercantil do corpo e de suas potências. A raridade, é o que dá oxigênio para a banalização da exploração comercial/mercantil. E tudo isso que ainda não sabemos sobre o que pode um corpo, é pesquisa aberta, criação e invenção. Não deveríamos fechar esse caminho por puro medo.

Uma observação. O esforço do poder, enquanto dispositivos e forças ativas tentando impor uma ordem de normalizações, no mínimo desde a abertura revolucionária do emblemático ano de 1968, tem sido o de separar a "crítica social" da "crítica artista", jamais vendo ou deixando ver uma dessas dimensões na outra, e afirmando a incompatibilidade de sua ocorrência simultânea. Sempre impondo a separação, tenta retirar a expressão artística dos lugares de contágio e incidência, sempre propondo lugares especiais e neutros, sempre inviabilizando o compartilhamento e logo, preservando as normalizações: o preconceito com o corpo.

LA DERIVA SITUACIONISTA

Por Guy Debord (documentos situacionistas, 1958)
Tradução em espanhol de Enrique de Hériz

Entre los diversos procedimientos situacionistas, la deriva se presenta como una técnica de paso ininterrumpido a través de ambientes diversos. El concepto de deriva está ligado indisolublemente al reconocimiento de efectos de naturaleza psicogeográfica, y a la afirmación de un comportamiento lúdico-constructivo, lo que la opone en todos los aspectos a las nociones clásicas de viaje y de paseo.

Una o varias personas que se abandonan a la deriva renuncian durante un tiempo más o menos largo a los motivos para desplazarse o actuar normales en las relaciones, trabajos y entretenimientos que les son propios, para dejarse llevar por las solicitaciones del terreno y los encuentros que a él corresponden. La parte aleatoria es menos determinante de lo que se cree: desde el punto de vista de la deriva, existe un relieve psicogeográfico de las ciudades, con corrientes constantes, puntos fijos y remolinos que hacen difícil el acceso o la salida a ciertas zonas.

Pero la deriva, en su carácter unitario, comprende ese dejarse llevar y su contradicción necesaria: el dominio de las variables psicogeográficas por el conocimiento y el cálculo de sus posibilidades. Bajo este último aspecto, los datos puestos en evidencia por la ecología, aun siendo a priori muy limitado el espacio social que esta ciencia se propone estudiar, no dejan de ser útiles para apoyar el pensamiento psicogeográfico.

El análisis ecológico del carácter absoluto o relativo de los cortes del tejido urbano, del papel de los microclimas, de las unidades elementales completamente distintas de los barrios administrativos, y sobre todo de la acción dominante de los centros de atracción, debe utilizarse y completarse con el método psicogeográfico. El terreno pasional objetivo en el que se mueve la deriva debe definirse al mismo tiempo de acuerdo con su propio determinismo y con sus relaciones con la morfología social.

Chombart de Lauwe, en su estudio sobre Paris et l'agglomération parisienne (Biblioteca de Sociología Contemporánea, P.U.F. 1952) señala que "un barrio urbano no está determinado solamente por los factores geográficos y económicos sino por la representación que sus habitantes y los de otros barrios tienen de él"; y presenta en la misma obra -para mostrar "la estrechez del París real en el que vive cada individuo... un cuadrado geográfico sumamente pequeño"-, el trazado de todos los recorridos efectuados en un año por una estudiante del distrito XVI, que perfila un triángulo reducido, sin escapes, en cuyos ángulos están la Escuela de Ciencias Políticas, el domicilio de la joven y el de su profesor de piano.

No hay duda de que tales esquemas, ejemplos de una poesía moderna capaz de traer consigo vivas reacciones afectivas -en este caso la indignación de que se pueda vivir de esta forma- e incluso la teoría, avanzada por Burgess a propósito de Chicago, del reparto de las actividades sociales en zonas concéntricas definidas, tienen que servir al progreso de la deriva.

El azar juega en la deriva un papel tanto más importante cuanto menos asentada esté todavía la observación psicogeográfica. Pero la acción del azar es naturalmente conservadora y tiende, en un nuevo marco, a reducir todo a la alternancia de un número limitado de variantes y al hábito. Al no ser el progreso más que la ruptura de alguno de los marcos en los que actúa el azar mediante la creación de nuevas condiciones más favorables a nuestros designios, se puede decir que los azares de la deriva son esencialmente diferentes de los del paseo, pero que se corre el riesgo de que los primeros atractivos psicogeográficos que se descubren fijen al sujeto o al grupo que deriva alrededor de nuevos ejes habituales, a los que todo les hace volver constantemente.

Una desconfianza insuficiente con respecto al azar y a su empleo ideológico, siempre reaccionario, condenó a un triste fracaso al famoso deambular sin meta intentado en 1923 por cuatro surrealistas partiendo de una ciudad escogida al azar: el vagar en campo raso es deprimente, evidentemente, y las interrupciones del azar son más pobres que nunca. Pero cierto Pierre Vendryes lleva la irreflexión mucho más lejos en Medium (mayo 1954) creyendo poder añadir a esta anécdota -ya que todo ello participaría de una misma liberación antideterminista- algunas experiencias probabilísticas sobre la distribución aleatoria de renacuajos en un cristalizador circular por ejemplo, cuya clave da al precisar: "semejante multitud no debe sufrir ninguna influencia directiva exterior". En estas condiciones se llevan la palma los renacuajos, que tienen la ventaja de estar "tan desprovistos como es posible de inteligencia, de sociabilidad y de sexualidad", y por consiguiente "son verdaderamente independientes los unos de los otros".

En las antípodas de estas aberraciones, el carácter principalmente urbano de la deriva, en contacto con los centros de posibilidad y de significación que son las grandes ciudades transformadas por la industria, responde más bien a la frase de Marx : "Los hombres no pueden ver a su alrededor más que su rostro; todo les habla de sí mismos. Hasta su paisaje está animado".

Se puede derivar sólo, pero todo indica que el reparto numérico más fructífero consiste en varios grupos pequeños de dos o tres personas que han llegado a un mismo estado de conciencia; el análisis conjunto de las impresiones de estos grupos distintos permitiría llegar a unas conclusiones objetivas. Es preferible que la composición de los grupos cambie de una deriva a otra. Con más de cuatro o cinco participantes el carácter propio de la deriva decrece rápidamente, y en todo caso es imposible superar la decena sin que la deriva se fragmente en varias derivas simultáneas. Digamos de paso que la práctica de esta última modalidad es de gran interés, pero las dificultades que entraña no han permitido organizarla con la amplitud deseable hasta el momento.

La duración media de una deriva es la jornada considerada como el intervalo de tiempo comprendido entre dos períodos de sueño. Son indiferentes el punto de partida y llegada en el tiempo con respecto a la jornada solar, pero debe señalarse sin embargo que las últimas horas de la noche no son generalmente adecuadas para la deriva.

Esta duración media de la deriva sólo tiene un valor estadístico, sobre todo porque raramente se presenta en toda su pureza, al no poder evitar los interesados, al principio o al final de jornada, distraer una o dos horas para dedicarlas a ocupaciones banales; al final del día la fatiga contribuye mucho a este abandono. Además la deriva se desarrolla a menudo en ciertas horas fijadas deliberadamente, o incluso fortuitamente durante breves instantes o por el contrario durante varios días sin interrupción. A pesar de las paradas impuestas por la necesidad de dormir, algunas derivas bastante intensas se han prolongado tres o cuatro días, e incluso más. Es cierto que, en el caso de una sucesión de derivas durante un período suficientemente largo, es casi imposible determinar con precisión el momento en que el estado mental propio de una deriva determinada deja lugar a otra. Se ha proseguido una sucesión de derivas sin interrupción destacable durante cerca de dos meses, lo que supone arrastrar nuevas condiciones objetivas de comportamiento que entrañan la desaparición de muchas de las antiguas.
La influencia de las variaciones del clima sobre la deriva, aunque real, no es determinante más que en caso de lluvias prolongadas que la impiden casi absolutamente. Pero las tempestades y demás precipitaciones son más bien propicias.

El campo espacial de la deriva será más o menos vago o preciso según busque el estudio de un terreno o resultados emocionales desconcertantes. No hay que descuidar que estos dos aspectos de la deriva presentan múltiples interferencias, y que es imposible aislar uno de ellos en estado puro. Finalmente el uso de taxis, por ejemplo, puede aportar una piedra de toque bastante precisa; si en el curso de una deriva cogemos un taxi, sea con un destino preciso o para desplazarnos veinte minutos hacia el oeste, es que optamos sobre todo por la desorientación personal. Si nos dedicamos a la exploración directa del terreno es que preferimos la búsqueda de un urbanismo psicogeográfico.

En todo caso el campo espacial está en función, en primer lugar, de las bases de partida constituidas para los individuos aislados por su domicilio y por lugares de reunión escogidos para los grupos. La extensión máxima del campo espacial no supera el conjunto de una gran ciudad y sus afueras. Su extensión mínima puede reducirse a una pequeña unidad de ambiente: sólo un barrio, o incluso una manzana si merece la pena (en el límite extremo está la deriva estática de una jornada sin salir de la estación Saint Lazare). La exploración de un campo espacial fijado supone por tanto el establecimiento de las bases y el cálculo de las direcciones de penetración. Aquí interviene el estudio de mapas, tanto corrientes como ecológicos o psicogeográficos, y la rectificación o mejora de los mismos. ¿Hay que señalar que la inclinación por un barrio desconocido en sí mismo, jamás recorrido, no interviene en absoluto? Aparte de su insignificancia, este aspecto del problema es completamente subjetivo, y no subsiste mucho tiempo.

En la "cita posible" la parte de exploración es por el contrario mínima comparada con la del comportamiento desorientador. El sujeto es invitado a dirigirse sólo a una hora concertada a un lugar que se le fija. Se halla libre de las pesadas obligaciones de la cita ordinaria, ya que no tiene que esperar a nadie. Sin embargo, al haberle llevado esta "cita posible" inesperadamente a un lugar que puede no conocer, observa los alrededores. Puede darse al mismo tiempo otra "cita posible" en el mismo lugar a alguien cuya identidad no pueda prever. Puede incluso no haberlo visto nunca, lo que le incita a entrar en conversación con algunos transeúntes. Puede no encontrar a nadie, o encontrar por azar al que ha fijado la "cita posible". De todas formas, sobre todo si el lugar y la hora han sido bien escogidos, el empleo del tiempo del sujeto tomará un giro imprevisto. Puede incluso pedir por teléfono otra "cita posible" a alguien que ignora dónde le ha conducido la primera. Se perciben los recursos casi infinitos de este pasatiempo.

Así, el modo de vida poco coherente e incluso ciertas bromas consideradas equívocas, que han sido siempre censuradas en nuestro entorno, como por ejemplo introducirse de noche en los pisos de las casas en demolición, recorrer sin parar París en auto-stop durante una huelga de transportes para agravar la confusión haciéndose conducir adonde sea, o errar en los subterráneos de las catacumbas prohibidos al público, revelarían un sentimiento más general que no sería otro que el de la deriva. Lo que se pueda escribir sólo sirve como contraseña en este gran juego.

Las enseñanzas de la deriva permiten establecer los primeros cuadros de las articulaciones psicogeográficas de una ciudad moderna. Más allá del reconocimiento de unidades de ambiente, de sus componentes principales y de su localización espacial, se perciben sus ejes principales de paso, sus salidas y sus defensas. Se llega así a la hipótesis central de la existencia de placas giratorias psicogeográficas. Se miden las distancias que separan efectivamente dos lugares de una ciudad que no guardan relación con lo que una visión aproximativa de un plano podría hacer creer. Se puede componer, con ayuda de mapas viejos, de fotografías aéreas y de derivas experimentales, una cartografía influencial que faltaba hasta el momento, y cuya incertidumbre actual, inevitable antes de que se haya cumplido un inmenso trabajo, no es mayor que la de los primeros portulanos, con la diferencia de que no se trata de delimitar precisamente continentes duraderos, sino de transformar la arquitectura y el urbanismo.

Las diferentes unidades de atmósfera y vivienda no están, hoy en día, exactamente demarcadas, sino rodeadas de márgenes fronterizos más o menos extensos. El cambio más general que propone la deriva es la disminución constante de esos márgenes fronterizos, hasta su supresión completa.

En la arquitectura, la inclinación a la deriva lleva a preconizar todo tipo de nuevos laberintos que las posibilidades modernas de construcción favorecen. La prensa señalaba en marzo de 1955 la construcción en New York de un edificio donde se pueden percibir los primeros signos de posibilidad de la deriva en el interior de un apartamento:
"Los habitáculos de la casa helicoidal tendrán la forma de una rebanada de pastel. Podrán aumentarse o reducirse a voluntad desplazando tabiques móviles. La disposición de los pisos en niveles evitará la limitación del número de habitaciones, pudiendo el inquilino pedir que le dejen utilizar el nivel superior o el inferior. Este sistema permitirá transformar en seis horas tres apartamentos de cuatro habitaciones en uno de doce o más." </div>